- Tem consciência do que me está a
dizer?
Darien deixou-se afundar na cadeira perante tal pergunta. Niemans, o comissário da esquadra, olhava pela única janela daquela divisão cinzenta e austera. Era impossível ver-lhe a expressão, mas bastava sentir a atmosfera pesada que se instalara para perceber a gravidade da situação. Em cima da secretária jazia o amaldiçoado envelope, devidamente selado em plástico próprio.
Darien deixou-se afundar na cadeira perante tal pergunta. Niemans, o comissário da esquadra, olhava pela única janela daquela divisão cinzenta e austera. Era impossível ver-lhe a expressão, mas bastava sentir a atmosfera pesada que se instalara para perceber a gravidade da situação. Em cima da secretária jazia o amaldiçoado envelope, devidamente selado em plástico próprio.
- Porquê agora? – O comissário perguntou,
enquanto desviava o olhar da paisagem urbana e fixava o seu olhar perspicaz
para o nervoso Darien. – Passaram quinze anos. Porque quebrar o silêncio agora?
Com que intenções?
- Não sei senhor. Não ao certo. Mas,
ela mencionou o Jubileu.
- Ah, claro. É difícil de acreditar
que já tenham passado vinte e cinco anos. Como o tempo voa. – Disse franzindo o
denso bigode cinzento. – Assim é fácil de compreender o timing. Falta pouco mais que uma semana para as festividades. Este
assunto tem de ser esclarecido o mais rapidamente possível.
- Concordo plenamente senhor.
- Claro que sim. – Replicou sarcasticamente
enquanto abria uma pasta que retirara do arquivo alguns minutos antes,
folheando-a com muita atenção. – E é por isso que começarei por ti, Langdon.
Afinal…
Darien inconscientemente engoliu em
seco. Tossindo discretamente para suavizar a voz, acedeu.
- Claro senhor. Fui eu que encontrei
a carta.
- Sim e não só. Como eu estava a dizer,
afinal de contas, você é de lá, não é
verdade? Segundo sei, esteve presente durante os meses que antecederam a
tragédia. Os meses que antecederam a aparição deste individuo, Marie Noir, seja
ela ou ele quem for.
- É verdade, comissário. – Darien respondeu
de uma forma ligeiramente mais defensiva que o esperado. – Mas, como disse aos
investigadores durante o inquérito, não sei quem é Marie Noir. Quem me dera
saber algo, fosse o que fosse. Mas não sei.
- Não duvido de si. Pelo contrário.
A sua folha de serviço tem, obviamente, sido impecável. – O olhar experiente do
comissário saiu da folha para a cara de Darien, fixando-se nos seus olhos
castanhos. – Fora umas ausências justificadas e umas baixas médicas, a sua
folha de serviço é a coisa mais parecida a uma folha perfeita. Isto aliado ao
facto de ser um local da região afetada, estava a pensar nomeá-lo chefe de uma
equipa especial de investigação para determinar a ameaça, se alguma, esta
pessoa representa para nós.
1 comentários:
I think you should have some actions/settings between those talks. Maybe even try to digest those long dialogues with some breaks of action/scenery/settings or actually make them move, walk, or MOVE any part of themselves besides their mouth...Because...it's...I just see a huge blackness and bla bla bla on it. I think you need to make the dialogues intercept with some anything happening besides nothingness D|
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